Há um bom tempo venho querendo escrever um tipo específico de tutoriais. Tutoriais que abrangem uma funcionalidade comum para muitas pessoas. Eu pensei em vários tipos de sites e funcionalidades e acabei escolhendo um que seja simples o suficiente para um iniciante com Drupal começar, e que tenha pontos interessantes para quem já tem algum tempo de estrada com o Drupal.

Seja bem vindo ao primeiro tutorial de uma série (não sei ainda de quantos) sobre como criar um site de imobiliária com o Drupal. A minha idéia é escrever alguns artigos mostrando pontos importantes na hora de criar um site com tais funcionalidades.

Screenshot do site

Disclaimer

Antes de começarmos, um alerta: quando se trabalha com Drupal, não existe apenas um único modo de se fazer uma coisa. Para criar uma funcionalidade você pode criar seu módulo, usar um serviço de terceiro ou usar várias combinações de módulos. O modo que vou utilizar aqui é o que acho mais simples sem que você precise escrever nenhum código, o que dá a oportunidade para quem não é programador também consiga segui-lo. Se você prefere fazer de outra forma e quer contribuir, deixe um comentário :-)

Introdução

Como você pode ver, esse é um tutorial sobre Drupal. Para você que está chegando aqui agora, e ainda não conhece aqui vai uma brevíssima descrição do que é o Drupal. Para saber mais, recomendo a leitura da documentação oficial.

O Drupal é um sistema CMS (sigla em inglês que significa Sistema de Gerenciamento de Conteúdo), o que quer dizer que ele é uma ferramenta para criar conteúdo na Internet. Se você já utilizou o Wordpress, você tem uma vaga idéia do que é o Drupal, uma vez que o Drupal tem muito mais funcionalidades que simplesmente um blog (que é a utilidade do Wordpress). Em suma, o Drupal é a base para a criação de um site dinâmico na Internet.

O Drupal funciona como um Lego. Tal como o famoso brinquedo, ele vem com um conjunto básico de peças que, à medida que você vai vendo a necessidade, pode receber adições. Quando você instala o Drupal pela primeira vez você já tem funcionalidades de blog, fórum, enquete e mais uma série de outras coisas básicas. Você também já tem pronto para sair usando um controle de acesso muito flexível e granular, o que te permite um grande poder de personalização de acesso.

Como dito, o Drupal funciona como um Lego onde podemos ir adicionando novas peças para formar um novo item. No Drupal essas peças são chamadas de Módulos. Atualmente existe milhares de módulos que você pode utilizar para fazer sites de todo tipo. Nesse tutorial iremos utilizar alguns desses módulos.

Módulos usados

Quanto mais você usa o Drupal, mais você percebe que ele é totalmente dependente dos seus módulos extra (ou como chamamos, módulos de terceiros). Ao contrário de outras comunidades como Joomla! e Wordpress, a maioria esmagadora de módulos para o Drupal são gratuitos. Esses módulos estão disponíveis para download, geralmente, na página oficial do Drupal.

Para criar o site da nossa imobiliária utilizaremos aproximadamente 25 módulos extra. Aqui vou dar uma visão geral dos principais e, à medida que eu for comentando as funcionalidades, vou introduzindo os demais módulos.

Views

Esse é o módulo de terceiro mais importante do Drupal. Tão importante que há uma força-tarefa para que ele se torne parte integrante do Drupal 8 (que é a próxima versão do Drupal).

De forma simples o Views é um módulo para que consigamos fazer extrações de conteúdo ou usuários do nosso site. Então sempre que você deseja exibir algum conteúdo que já foi enviado para o seu site, provavelmente o que você quer é utilizar esse módulo. Exemplos de uso do Views: uma galeria de imagens, a listagem de posts de um blog, um feed RSS, uma lista de usuários do site, uma lista de comentários de uma determinada página e assim por diante.

Nós vamos trabalhar bastante com o Views e eu vou tentar dedicar um tutorial só para ele.

Panels

A principal funcionalidade do Panels é a criação de páginas personalizadas. Eu costumo chamar de página em blocos, mas você pode chamar como quiser ;-) Ele é um módulo muito versátil para essa funcionalidade. Ele já vem com alguns layouts pré-definidos, mas você pode montar os seus sem muito esforço sempre pela interface Web do módulo.

O Panels é um módulo que é muito mal visto por muitos pela grande quantidade de código HTML que ele gera. Da minha parte eu gosto de usá-lo sempre que quero fazer uma página inicial diferente do padrão de blog. Como dito no início desse artigo, existem infindáveis modos de se fazer a mesma coisa e você pode escolher outra se você desejar.

A integração do Panels com o Views também é algo que me agrada bastante. Essa integração torna os dois figurinhas carimbadas em vários projetos que eu trabalho.

Display Suite

O Display Suite é o mago da personalização de nodes. Com ele você consegue modelar a visualização de um conteúdo de formas variadas. Você pode, por exemplo, dividir a exibição de uma página em blocos ou colunas, omitir campos, personalizar a exibição de determinados campos e etc. Ele possui uma integração com o módulo Panels caso você queria uma edição mais user friendly. Esse é outro módulo que está sempre na minha toolbox.

Você pode optar por não usar esse módulo e fazer tudo o que ele faz através de templates, mas para quem não quer mexer com código, esse é um módulo imprescindível.

Pathauto

Se você quer que seu site seja encontrado e bem posicionado nos mecanismos de busca, o primeiro passo é instalar o Pathauto. O Pathauto pega o título (ou qualquer outra variável que você quiser) e monta a URL dos seus conteúdos automaticamente. Para mim, depois do Views, esse é o módulo de terceiro mais importante do Drupal.

Usar o Drupal sem instalar o Pathauto é quase um sacrilégio.

Outros módulos

Nessa série de tutoriais vou usar outros módulos como o Views Nivo Slider, Colorbox, Wysiwyg, IMCE, Addressfield e etc. Como dito anteriormente, à medida que for usando essas funcionalidades, vou comentando sobre cada módulo.

Próximos passos

Esse primeiro tópico termina aqui. Ele é mais para servir como um teaser. Semana que vem teremos a primeira intervenção "mão na massa". Iremos instalar o Drupal, baixar os módulos e configurar o básico. Nas semanas que virão irei passar por os demais itens que compreendem a criação integral do site.

Para quem quiser ir vendo uma demonstração de como o site vai ficar pode acessar o site que criei só para isso. Esse site deve mudar à medida que eu for escrevendo essa série, então não se prenda muito no que você vir ali.

Abaixo também está o Makefile básico desse projeto. Nele dá para você ter uma idéia de como o site irá evoluir e se você quiser, já ir baixando e instalando os módulos.

Até semana que vem!

Update: Confira a segunda parte aqui

AnexoTamanho
Binary Data Makefile do projeto838 bytes

Olá,

Esse é um post rápido para comentar que migrei meu site todo para Drupal 7 e aproveitei para fazer um tema novo.

A migração em si foi bastante simples, padrão do Drupal. Para quem tem curiosidade, o método que eu utilizo é o seguinte:

  • Faço uma cópia local do site
  • Desabilito todos os módulos extra
  • Volto para o tema padrão do Drupal
  • Rodo a atualização para núcleo do Drupal
  • Atualizo cada módulo individualmente
  • Rodo a atualização de banco de dados para cada módulo
  • Aplico novamente o tema (um novo)
  • Envio o site novamente para o servidor

Em resumo foi o que fiz. Tive um pequeno problema com o módulo Internationalization (i18n) pois ele tem uma sequência na ordem dos módulos que devem ser atualizados. Nada demais, só perdi algumas configurações que acabei refazendo.

Outra coisa que fiz foi desabilitar o módulo Contact (padrão do Drupal) em favor do Webform. No Drupal 7 o Contact é pouquissimo personalizável (do ponto de vista de tema também) e acabei ficando com o Webform. Sei que o objetivo principal do Webform não é ser usado para isso, mas ele funciona bem e assim tomei essa decisão. Num futuro próximo vou reavaliar um outro módulo mais direcionado para essa funcionalidade (talvez até criar um, se for o caso).

A outra coisa que fiz foi um tema. O meu tema se chama Fresh Green. Como de costume resolvi abrir o tema para que outras pessoas possam estudar e/ou usar. O tema está na minha conta do Github. Estou avaliando se envio para o Drupal.org ou não. Update: decidi por enviá-lo para o Drupal.org e você pode baixá-lo.

O Fresh Green não funciona em versões antigas de navegadores, assim, se você quer utilizá-lo, tenha em mente que só vai funcionar no IE >= 9, Firefox >= 14, Chrome >= 19.

É isso, espero que gostem e se virem algum problema no site, por favor, não deixem de me mandar uma mensagem.

Há uns dois anos atrás eu conheci o Shelfari, um site da Amazon onde você pode marcar os livros que você já leu, está lendo ou quer ler, dentre outras coisas. Foi um achado que eu adorei, exceto por um motivo: não tinha livros em português.

Na época eu fiquei com vontade de fazer alguma coisa do tipo, em português, e comecei um esboço. Nessa mesma época foi lançado um site assim aqui no Brasil e eu comecei a usá-lo mas logo perdi o interesse porquê não tinha as coisas que eu queria.

Dei uma parada no projeto por mais de um ano. Voltei ao projeto, na época com Drupal 6, mas muito lentamente. Mexia menos de 2h por mês com isso. Aí, de uns tempos para cá, dei um boost no site. Troquei tudo para Drupal 7, refiz parte do tema, coloquei outras funcionalidade e hoje tenho o prazer de anunciar aqui o Tou Lendo!

Tou lendo! Registre suas leituras!

Como eu expliquei acima, o site é um tracker de livros que você já leu, está lendo ou quer ler. A idéia é simplificar as coisas e não complicar.

O projeto foi feito com Drupal 7, com um tema baseado no Omega, que é responsivo. Ao todo foram utilizados 48 módulos, sendo um deles personalizado para o site.

Uma das coisas mais legais de ter feito nesse site foi a funcionalidade de obtenção de dados do livro. Eu não queria que o usuário ficasse esperando eu adicionar um livro nem queria deixar o usuário digitar qualquer coisa. Também não queria ter que ficar digitando um monte de informação toda vez que eu quisesse adicionar um livro. Assim bolei um módulo que busca as inforamções na internet quando você digita o ISBN de um livro.

Inicialmente eu tinha pensado em fazer o site apenas para mim, mas aí pensei que outras pessoas talvez quisessem utilizar. Assim o projeto está no ar, e qualquer pessoa pode se cadastrar lá. Uma das funcionalidades que adicionei foi um relacionamento de usuários para formar uma mini rede social.

Uma curiosidade é que eu não fiz versão desse site para o Internet Explorer menor que o 9. Como eu disse, fiz o site para mim, e eu não uso esse navegador. No Firefox menor que o 4 também não ficou bom, mas quem usa versões velhas do Firefox? Quem quiser tirar algum proveito vai ter que utilizar o site numa versão mais moderna dos navegadores.

Algumas coisas ainda vão ser adicionadas. Algumas informações que foram obtidas automaticamente precisam ser corrigidas, mas o site já está funcional e eu já estou adicionando minhas listas.

Então, se você é um leitor ávido e quer manter um registro das suas leituras, dá uma passada lá no Tou Lendo!, faça seu cadastro e comece a usar!

Quando criamos sites é muito comum querermos que alguns blocos laterais sejam contextuais. Dependendo da página visualizada o bloco lateral deve exibir um determinado conteúdo. Um exemplo clássico é um site de jornal ou revista que exibe, num bloco lateral, conteúdo relacionado à notícia em questão. Esse tipo de relacionamento pode vir, por exemplo, das categorias da notícia atual ou mesmo da URL. Esse último caso é o objeto desse breve tutorial. Devo acrescentar que todo esse tutorial é feito com base no Drupal 7.

Suponhamos que uma notícia nesse site de exemplo tenha sua URL formada da seguinte maneira: http://www.example.com/<localidade da notícia>/<ano da notícia>/<título da notícia> e queremos utilizar a localidade da notícia e o ano da notícia para exibir, por exemplo, outras notícias veiculadas na mesma época e localidade.

Com o Drupal filtrar conteúdo com essa estrutura é bastante trivial. Para isso precisamos ter, acima de tudo, o conteúdo cadastrado já com esses campos (ou alguma outra forma de se formar essa URL e categorizar o conteúdo) e o módulo Views instalado.

Com o módulo Views criaremos o bloco que exibirá o conteúdo de uma determinada localidade num determinado ano. Esse tutorial não irá abranger a criação de uma View, apenas como configurar o bloco para receber esses parâmetros.

Como vimos no exemplo de URL acima, o primeiro filtro é a localidade. No meu exemplo eu usei simplesmente a UF (Unidade da Federação ou estado se preferir) como filtro. Para isso, antes de criar a View, no meu tipo de conteúdo Artigo eu adicionei um campo de UF. O segundo filtro é o ano e assim, da mesma forma que com a UF, eu adicionei ao meu tipo de conteúdo Artigo um campo chamado Ano (eu poderia ter pego da data de criação, mas preferi um campo para fins didáticos). Assim todos os meus artigos agora tem, além dos dados normais, dois campos extra: UF e ano. Por fim eu criei alguns artigos e preenchi também esses dois novos campos.

O passo seguinte é a criação da View. Não vou passar aqui todo o processo, apenas basta dizer que você deve criar a View normalmente como se fosse exibir todos os itens. Em seguida iremos acrescentar os campos de filtros contextuais. Para isso você deve ir na seção avançada da View (Advanced em inglês) e clicar no botão "adicionar" da seção "Filtros contextuais" ("Contextual filters" em inglês) e adicionar o primeiro filtro. Observe a URL:

http://www.example.com/<localidade da notícia>/<ano da notícia>/<título da notícia>

Nesse exemplo de URL eu espero dois campos para o filtro, sendo o primeiro a localidade (UF) da notícia e o segundo o ano. Lembre-se que todos os artigos têm esses dois dados preenchidos, assim temos que adicionar um filtro primeiro para a UF e em seguida para o ano como a seguir:

Imagem de seleção de campo

Imagem de configuração do filtro

Quando você clica no botão de adicionar, abre uma janela onde você pode escolher o campo. No meu caso o campo se chama Estado. Ao selecionar esse campo, você deve escolher, na seção "Quando o valor do filtro NÃO está disponível" ("When the filter value is NOT available" em inglês) a opção "Fornecer um valor padrão" ("Provide default value" em inglês) e em Tipo a opção "Valor bruto da URL" ("Raw value from URL" em inglês).

Por último você escolhe o "Componente do caminho" ("Path component" em inglês) que corresponde a posição do elemento que será usado como valor de filtro para aquele campo. Se você olhar para o exemplo de URL, após o endereço do site o elemento da UF é o primeiro item e o ano o segundo item. Então no caso do filtro por estado, basta deixar o "Componente do caminho" como 1.

Para filtrar pelo ano, basta repetir o processo com o campo do ano, lembrando que o "Componente do caminho" para esse item é 2, já que na nossa URL de exemplo esse é o segundo campo.

No final da página da view você pode testar se está correto, indo na parte de pré-visualização. Basta digitar os campos separados por barra (/). Por exemplo supondo que você tenha algum conteúdo criado para SP em 2010, basta digitar "SP/2010" e clicar no botão "Atualizar preview" ("Update preview" em inglês).

Espero que isso ajude. Se ficou alguma dúvida ou você encontrou algum erro, deixe um comentário.

Essa semana entreguei mais um site feito com Drupal. Mesmo trabalhando há 8 com Drupal esse foi o meu primeiro site com algum tipo de E-commerce.

O site é o Omicron Fine Art. A proposta do site é comercializar fotografias de alto padrão de fotógrafos renomados.

Site Omicron Fine Art

O projeto

O cliente me procurou querendo um site para poder divulgar e comercializar fotografias de alguns dos mais renomados fotógrafos do Brasil. Esse site é uma galeria virtual e também uma loja onde as pessoas podem comprar, em edições limitadas, fotos dos artistas.

A execução

Como de costume, fiz o site inteiramente com Drupal. A versão escolhida foi a 6, pois é a que eu tenho mais familiaridade e também a com maior número de módulos em versão estável para as funcionalidades necessárias.

O trabalho mais pesado do site foi adaptar o padrão visual desenvolvido pela agência CS Revue ao Drupal. O trabalho foi facilitado pois o diálogo com os designers sempre foi muito aberto e simplificado.

O restante do site é constituído de portfólio dos artistas e seus produtos à venda.

Para fazer o site usei, ao todo, 42 módulos (veja o make file). Tive que fazer uma adaptação do módulo UC Boleto para usar uma biblioteca mais simples do que a BoletoPHP, o que gerou o que, no momento que escrevo, é a versão de desenvolvimento do UC Boleto integrada à biblioteca Boleto escrita pelo Francisco Luz.

Resultado

O resultado já está no ar e pode ser visto em www.omicronfineart.com.br. Ainda são necessários alguns pequenos ajustes de layout que vão aparecendo à medida que o site vai recebendo conteúdo real, mas está praticamente pronto.

AnexoTamanho
Binary Data Drush Make732 bytes

Recentemente foi iniciada uma nova rodada de discussões sobre a comunidade Drupal no Brasil. Junto com essas discussões, também foi iniciada uma nova discussão sobre uma reestruturação do Drupal Brasil (site que eu crie e manti por um bom tempo).

Alguns devem ter percebido que me mantive ausente de toda a discussão sobre o novo site do Drupal Brasil, e que dei poucas opiniões sobre a comunidade Drupal no Brasil.

Então, antes que alguém me acuse de estar praticando aquilo que critiquei, quero expor alguns motivos (bem simples) da minha ausência nessas discussões:

  • Já debati várias vezes esse assunto, no Drupal Brasil, via Gtalk, vi irc e, para ser bem sincero, não estou motivado a discutí-lo novamente. Não porquê eu não o ache importante, longe disso, mas porquê eu cansei (intelectual e fisicamente) da discussão.
  • Acredito que quem dá sua opinião tem que estar disposto a fazer algo para implementá-la. Eu estou sem tempo para dedicar a novas tarefas e certamente não poderia assumir nada do que eu teria para propor.
  • Todo mundo (ao menos os mais interessados) já sabem quais são as minhas sugestões anteriores.
  • Tenho pouco a acrescentar daquilo que já foi dito, e por isso também evitei enviar novos comentários.

Esse é um resumo dos meus motivos. Algumas outras coisas me incomodam, mas não vêem ao caso, uma vez que são coisas pessoais e que não vão se resolver rapidamente.

No entanto escrevo isso não para desmotivar alguém de participar. Escrevo unicamente para esclarecer. Tenho visto o levante de algumas pessoas como o Pedro Faria, Pedro Rocha, Paulino Michelazzo, Thiago Régis e alguns outros. Essas pessoas estão fazendo um bom trabalho em discutir, rediscutir e coordenar uma estruturação da comunidade que eu não dei conta de fazer. A eles os meus cumprimentos e o sincero desejo de que dessa vez seja diferente.

Como membro da comunidade, irei continuar contribuindo conforme o que eu posso, com código, screencast e um ou outro tutorial. Mas discussões desse tipo, por enquanto eu passo.

O Drupal, muitas vezes, é comparado com um Lego. Assim como o Lego, você pode fazer várias coisas diferentes, dependendo das peças que você tem. Você pode fazer um simples blog, ou um complexo site de revista com vários perfis de acesso e workflows complicados. Tudo vai depender das peças (módulos) que você tem à disposição.

No entanto, diferente do Lego, no Drupal, peças antigas não podem ser usadas junto com um conjunto novo. Quer dizer, não antes de uma remodelagem. Com isso, alguns módulos que você tinha à disposição na versão anterior, não necessariamente estão disponíveis na versão mais nova. Às vezes eles deixam de existir, outras vezes eles demoram para ser atualizados.

Em geral, essa atualização (remodelagem) demora alguns poucos meses. No caso das versões para o Drupal 7, teve um grande número de módulos promentendo uma versão estável já no lançamento do mesmo, mas nem todos conseguiram. Por esse motivo eu demoro um pouco para atualizar os meus sites. Também demoro um pouco para começar a usar as últimas major versions em projetos novos.

Mas então, qual versão do Drupal devo usar?

Essa pergunta guarda algumas armadilhas. Não dá para dizer ao certo sem um detalhamento melhor do que a pessoa quer fazer. Geralmente eu recomendo usar a última versão estável, mas na situação que mencionei acima, isso pode ser ruim.

No momento em que escrevo esse post, o Drupal 7 tem pouco mais de 2 meses de idade e eu não o considero ideal para todos os casos. Sites complexos devem esperar alguns módulos sairem das suas versões alpha, beta e dev. Um exemplo claro é o módulo Views, ele ainda está em franco desenvolvimento, e seu uso não é recomendável.

Assim, recomendo antes fazer um levantamento de tudo que você vai precisar e, só então, avaliar qual versão atende o que você precisa.

Conclusão

Usar a versão anterior do Drupal não é um problema, desde que você se programe para uma migração, quando suas necessidades forem atendidas pela versão mais nova. Mas sair correndo para a versão mais nova pode te causar muita dor de cabeça, esforço e dinheiro dependendo do estado dos módulos que você vai precisar.

Trabalhar com módulos em versão de desenvolvimento, ou ainda em alpha ou beta pode ser um tanto desagradável. O módulo Panels, por exemplo, em um dado momento, teve uma das suas versões canceladas enquanto estava em desenvolvimento. Assim, quem estava usando aquela versão teve que "se virar" e fazer a atualização para a versão seguinte. Eu passei por isso e não foi legal.

Ao desenvolver com o Drupal, lembre-se sempre que você vai precisar de módulos extra, e são eles, muitas vezes mais do que o core, que vão te dar a solução ou a dor de cabeça.

Antes de falar do Drupal no Brasil, um breve background meu.

Trabalho com Drupal desde 2003 e desde então dedico parte do meu tempo a fomentar o uso dessa ferramenta. Faço isso de algumas formas que, não sei se são as melhores mas são as que posso.

Em 2004 eu criei o Drupal Brasil, um site que serviu e ainda serve de ponto de encontro para, principalmente, pessoas que querem aprender a usar o Drupal. A maior parte das pessoas que acessam o Drupal Brasil são pessoas que estão aprendendo a usar a ferramenta a estão precisando de alguma ajuda.

No começo eu respondia todos os tópicos que eu sabia alguma coisa, depois, com o tempo se escasseando (me casei nesse meio tempo, me mudei, assumi novas responsabilidades, etc.) passei a responder menos tópicos.

Em 2010 passei a direção do site para o meu amigo Thiago Régis, que, na medida do possível tem mantido a mesma filosofia. Eu, por minha vez, continuo respondendo alguns tópicos tanto no site quanto na lista de discussões. Tenho dedicado parte do meu tempo para a gravação de screncasts. Adotei essa postura pois acredito que o mercado tem pedido muito por treinamentos de Drupal.

Outra forma que utilizo para incentivar o crescimento do Drupal no Brasil (e como um todo) é ministrando treinamentos. Atualmente ministro treinamentos in company  e treinamentos recorrentes (esses promovidos pela Tempo Real Eventos).

Todo esse texto até aqui é para falar um pouco do que eu tenho feito, mas o que quero falar mesmo é do que, eu acredito ser um grande problema do Drupal no Brasil.

Eu, ao contrário de muitos radicais, acredito que o Software Livre (e não só o Drupal), depende grandemente de empresas para se espalhar e ser adotado. São as empresas que desenvolvem o software (ainda que muitos desenvolvedores individuais também o façam), são as empresas que demandam funcionários, são as empresas que criam capacitações, são as empresas que pagam salários de desenvolvedores independentes. Obviamente que pessoas físicas também podem fazer tudo isso, mas o incentivo e abrangência é muito menor.

Eu (e posso estar enganado) não tenho visto essa abordagem, no Brasil, por parte das empresas. Vejo a Acquia fazendo um grande trabalho desse tipo (ao pagar desenvolvedores para desenvolverem o Drupal 7), vejo o pessoal da Commerce Guys desenvolvendo ativamente o módulo de E-commerce para o Drupal 7. Vejo a Lullabot lançando entrevistas, posts, módulos e outros materiais. Vejo o pessoal da Node One fazendo screencasts maravilhosos.

E no Brasil, cadê as empresas? E não estou falando só de uma ou outra, pois sei que muitas (centenas, talvez) de empresas usam e desenvolvem com Drupal no Brasil. Cadê esse pessoal que não está produzindo nada para a comunidade? Onde estão os desenvolvedores Drupal que trabalham nessas empresas?

Não estou falando só de participar no Drupal Brasil ou numa lista de discussão, estou falando de produzir material de qualidade. Estou falando de fomentar o mercado e a adoção da ferramenta. Estou falando de dar visibilidade ao Drupal no Brasil.

Outro dia reclamei que o Governo Brasileiro não usa Drupal. É verdade! Eu conheço diversas empresas e órgãos do governo que usam Wordpress, Zope/Plone, Joomla! e até (argh!) Xoops. Mas, tirando meia dúzia de prefeituras e universidades, não vejo ninguém de peso usando Drupal no Brasil. Cadê que tem algum ministério rodando Drupal (tem alguns com Wordpress)? Cadê o site da Câmara ou Senado, como o Whitehouse ou o House.gov?

Não estou falando de trabalhar de graça, estou falando de fazer divulgação, investir em treinamentos, capacitar pessoas, melhorar a qualidade dos projetos desenvolvidos, de ganhar dinheiro com Drupal no Brasil.

Quem acha que uma empresa está "entregando o ouro" ao fazer um screncast ou liberando um módulo, está vivendo no século passado. Uma empresa que ganha visibilidade no mercado, divulgando, fomentando e desenvolvendo Drupal, tem muito mais chances de ser conhecida e contratada que outras que fica "escondendo o jogo".

Do meio do ano passado para cá já recebi três ofertas de trabalho (que não pude aceitar pois não tenho empresa) para re-desenvolver sites de clientes (e empresas grandes) pois foram mal feitos com Drupal. Em pelo menos um deles a pessoa não quer ver, nem pintada de ouro, a cara da empresa que fez o trabalho, de tão porco que foi feito.

Empresas, acordem, fomentem o desenvolvimento, a divulgação o conhecimento do Drupal no Brasil. Vocês que têm uma flexibilidade maior que apenas uma pessoa física, como é o meu caso. Vamos mostrar o poder da ferramenta e vamos dar emprego e formação aos milhares de desenvolvedores brasileiros!

Pessoal de Curitiba interessado no treinamento de Drupal, estou aqui para comunicar novidades.

Muitas pessoas me procuraram para obter informação sobre o treinamento e para facilitar resolvi criar um formulário onde recolho algumas informações para poder planejar certinho.

Preciso que os interessados preencham o formulário o quanto antes (até, no máximo, dia 13/09/2010). Assim poderei conseguir um local e montar o treinamento direitinho e vocês poderão pagar a tempo também.

Conto com sua colaboração para viabilizarmos esse treinamento.

Estou planejando um treinamento Drupal em Curitiba. O curso será o básico, o mesmo que já ministrei em São Paulo várias vezes.

Muitas pessoas me pediram que realizasse esse treinamento aqui na cidade, e agora estou tentando organizar o evento.

Abri um tópico no Drupal Brasil onde estou centralizando as pessoas que têm interesse. Se você ou algum conhecido quer realizar o treinamento deixe seu comentário lá. O treinamento só vai acontecer se conseguirmos um número mínimo de 15 pessoas. Menos que isso se torna inviável eu realizar o treinamento.

O treinamento será de 8h, provavelmente num sábado, com cofee-break e 1 pessoa por máquina. Ou seja, o padrão. :-) O valor vai depender da quantidade de inscritos, quanto mais gente, mais barato. A turma terá, no máximo 25 pessoas.

Aguardo os interessados lá no tópico do Drupal Brasil

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