Vai chegando o fim do ano, e todo mundo começa a fazer a sua retrospectiva. Eu não vou quebrar esse padrão e farei também a minha.

Esse ano foi um ano um tanto quanto atípico em alguns aspectos. Primeiro, foi o ano que eu menos fiz projetos Drupal. Fiz apenas 2 projetos começando do zero, e mantive um que já havia feito há algum tempo. Segundo, eu comecei uma pós graduação. Em 2010 eu também havia começado uma pós, mas não dei continuidade. Já dessa vez, tudo está indo tudo muito bem!

Sobre o primeiro ponto, a falta de projetos Drupal, boa parte disso é culpa minha. Eu parei de investir tempo ajudando na comunidade, e também tenho sempre rejeitado novos projetos. Isso, em grande parte, se deve ao fato de eu estar trabalhando com Drupal há 10 anos! É muito tempo investido, mas depois de tanto tempo as coisas se tornam um tanto cansativas. Eu gostaria que fosse diferente: eu queria ter contribuído mais com a comunidade, mas, como a falta de projetos me deixou um pouco enferrujado, isso também foi um pouco afetado.

Já o segundo ponto, sobre a minha pós graduação, eu estou extremamente empolgado. A pós graduação é uma especialização em desenvolvimento de aplicativos móveis. As matérias focam em desenvolvimento de aplicativos para Android, iOS (iPhone e iPad) e Windows Phone. Eu estou realmente adorando o conteúdo e, talvez por isso, o primeiro ponto ficou tão afetado. Tendo dado tanta atenção aos meus estudos, acabei perdendo também um pouco do interesse no Drupal.

Já para 2015, a minha expectativa é finalizar minha especialização, e continuar usando Drupal onde for possível. No entanto, algo que eu descobri é que não quero mais focar minha carreira no Drupal. Agora minha prioridade será estudar e desenvolver aplicativos para dispositivos móveis. É claro que aplicações web são um complemento quando se fala em desenvolvimento móvel, e por isso não abandonarei essa área. O que quero dizer é que não quero focar mais minha carreira só em uma ferramenta. O Drupal vai virar meramente um complemento, e dos mais importantes, mas não o único.

E a sua retrospectiva?

Ontem eu completei 5 anos trabalhando na mesma empresa. Esse é o maior período que passei numa mesma empresa desde que comecei a trabalhar com carteira assinada (trabalho desde os 10 anos e esse ano acabei de completar 30).

Como alguns sabem, trabalho para uma empresa do Governo. Ao contrário do que alguns pensam, não sou funcionário público mas sim empregado de empresa pública o que não me dá certas vantagens do primeiro grupo.

De forma geral a empresa é boa mas, como qualquer empresa, tem seus problemas. Mas não quero falar da empresa e sim do meu trabalho.

Desde 2001 trabalho com desenvolvimento de sites e sistemas para a Web. Minha primeira linguagem foi PHP e com ela desenvolvi vários projetos. Até hoje é minha linguagem preferida para desenvolvimento de aplicações Web.

Quando entrei na empresa (em 2005, em Brasília) os meus primeiros projetos foram desenvolvidos usando Python, Zope e Plone. Esse é o conjunto de ferramentas que a empresa escolheu para desenvolver seus sites (ou no jargão da empresa: portais). Adorei a linguagem Python, tanto que ainda hoje a utilizo sempre que posso. Tive péssimas experiências com Zope/Plone. Considero que os maiores problemas com esses dois é a falta de documentação e a comunidade arrogante (especialmente a brasileira).

Em 2007 me mudei para Curitiba mas continuei na empresa. Continuei trabalhando com Python, Zope e Plone. Até que em 2008 comecei a trabalhar com Java.

Minha experiência anterior com Java era mínima (conhecia a sintaxe). A empresa deu alguns cursos básicos e comecei a trabalhar com alguns frameworks em um projeto. Não sei se é a metodologia ou se são os frameworks utilizados mas eu detestei trabalhar com Java. Minha experiência anterior com PHP, Python e alguns experimentos em Ruby com Rails me fizeram ter uma enorme sensação de improdutividade com Java. Em uma palavra achei Java "burocrática".

Desde o ano passado, no entanto, consegui inserir um projeto em PHP no meu cotidiano. A empresa nunca adotou o PHP como sendo uma linguagem para desenvolvimento formal, mas também não é proibida. Assim usei o CakePHP para desenvolver esse projeto que, começou local mas hoje é usado em toda a empresa. O projeto inteiro foi feito por apenas um programador: eu. Esse ano tem sido, sem sombra de dúvida, o meu ano mais produtivo dentro da empresa.

No entanto hoje recebi a notícia de que não mais trabalharei nesse projeto (ainda não há uma data para um repasse). Por uma visão que, na minha opinião, é completamente bizarra, a empresa separa os projetos por regional e em cada regional só utiliza um conjunto restrito de tecnologia. PHP não está entre as linguagens/tecnologias que a regional de Curitiba utiliza. Assim sendo terei que repassar o projeto a outra equipe de outra regional.

Com essa visão sobraram 3 tecnologias que a regional utiliza: Java, ASP e Natural (mainframe). E agora José? Bom agora vou ter que me encaixar numa dessas categorias ou pedir transferência para uma área de infra-estrutura (montagem de micros, rede, suporte a usuário).

Nenhuma dessas opções me parece razoável. Voltar ao Java ou, pior, trabalhar com ASP, vai tornar minha vida miserável. Então tomei uma decisão que já vinha precisando tomar: vou procurar outro emprego.

Não vou pedir demissão, afinal tenho família para sustentar e não posso sair da empresa para curtir uma de desempregado. Vou preparar meu currículo e começar a mandar para empresas que considero sólidas e que observo como sendo empresas que possuem desafios interessantes.

Não quero fazer um trabalho maçante e repetitivo. Quero desafios reais, coisas que usem tecnologia nova e que, de alguma forma, mudem o mundo. Quero ter meu trabalho reconhecido e valorizado. Quero desenvolver meu potencial e realizar coisas que, tenho certeza, sou capaz.

Trabalhar para o Governo pode te trazer uma segurança e uma sensação de estabilidade. O salário pode ser bom e você pode não precisar se esforçar muito. Mas na hora que você vê todo seu potencial desperdiçado bate um certo arrependimento e, no meu caso, um desespero.

Não quero isso para mim. Quero mostrar a que vim e quero isso logo. O tempo passa muito rápido e não quero me tornar um velho ressentido por aquilo que não fiz (seja por falta de coragem, preguiça ou qualquer outro motivo).

Sei que vai ser uma mudança difícil, mas não tenho medo de trabalho. Nunca tive, e não vai ser agora que vou ter.

No meu último post falei um pouco dos meus anseios e expectativas para o futuro. Falei também que iria desvirtuar um pouco o conteúdo desse site, mas as coisas mudaram um pouco.

Durante a primeira aula o Fábio Binder, professor e coordenador do curso salientou a importância de se ter um site dedicado ao seus projetos de jogos para que ele já vá servido de portfólio para a pessoa. Assim decidi não mais fazer os relatos nesse blog que você lê agora. Para isso criei o meu blog de GameDev.

O nome não é muito criativo mas é para servir de repositório dos meus projetos então ele leva um nome simples mas focado.

Convido você, se tiver interesse na área, a assinar os feeds desse blog e me acompanhar nessa nova empreitada.

Esses últimos dias venho pensando um pouco sobre minha carreira como desenvolvedor Web e o meu futuro.

Desenvolvo para Web desde 2001, mas comecei a programar computadores em 1998 com a ajuda de um grande amigo. Em 1998 eu não tinha computador meu e ia para a casa desse amigo programar usando Delphi (na época usávamos a versão 2.0). Foi uma boa época onde aprendi um bocado sobre lógica de programação, apesar de, na época, eu mais assistir e dar palpites do que programar efetivamente.

Em 2001 comecei a faculdade de ciência da computação e também comecei a trabalhar com suporte técnico e atendimento telefônico numa empresa de hospedagem de sites. Quando comecei a trabalhar nessa empresa também tive a oportunidade de fazer pequenos programas e escolhi PHP para isso. Foi assim que aprendi essa linguagem que vem sendo minha grande amiga desde então.

De lá para cá aprendi muita coisa sobre linguagens de programação, HTML, CSS, e tantas outras coisas. Aprendi a programar bem em pelo menos mais 2 linguagens e a programar mais ou menos em algumas outras. Mas sempre me foquei na Web.

Hoje trabalho numa empresa do Governo Federal, desenvolvendo sistemas com tecnologia Web e desenvolvo projetos como freelance usando o Drupal (um CMS para a Web). Como você pode perceber, são 8 anos trabalhando só com Internet.

Depois de tanto tempo, acho que já vi de tudo e já trabalhei em todo tipo de projeto para a Internet. Já trabalhei em projetos grandes, de milhões de Reais, e projetos gratuitos. Já desenvolvi projetos proprietários (é a vida né?) e projetos livres (que são melhores, claro). Mas acho que já vi demais de tudo o que se relaciona à Web. Nada mais é novidade, nada mais é um desafio tecnológico. É tudo "mais do mesmo". Acho que isso tem me cansado um tanto.

Um sentimento comum nesses tempo também tem sido a frustração. Frustração por não trabalhar em nenhum projeto realmente empolgante e desafiador. Talvez pelo meu empregador ser o Governo, talvez por eu ser uma pessoa pouco empreendedora. Isso me levou a tomar a decisão de escolher uma nova área de estudo e, talvez no futuro, de trabalho: jogos.

Minha paixão por jogos data de 1986 quando ganhei meu primeiro vídeo-game, um Atari 2600. Naquela época eu era uma criança que jogava diariamente. Quebrei alguns joystics (como todo mundo que teve um Atari) e briguei muito com minha irmã. Em 1990 descobri o SNES, onde passava 8h jogando numa locadora perto da minha casa. Cheguei, em 1996, a ter uma locadora de vídeo-games em casa, onde alugava os jogos e as pessoas podiam também pagar para jogar por hora (esse foi meu maior empreendimento).

Nessa época sempre pensei em fazer jogos, tanto que em 1998 quando aprendia Delphi, fiz alguns poucos joguinhos. No entanto acabei me desviando e fui trabalhar com desenvolvimento para a Web e não sobrava tempo para me dedicar a essa paixão.

Recentemente escolhi fazer uma pós-graduação em desenvolvimento de jogos. Alguns amigos perguntam o motivo, e a resposta é sempre a mesma: porquê é algo novo. Sinceramente não sei se vou ser um bom desenvolvedor de jogos, e nem mesmo se vou um dia trabalhar nessa área, mas estou tentando aprender.

Estudar essa nova área vai ser bom porquê vou poder voltar a exercitar minhas habilidades como programador. Não que eu não faça isso hoje, mas atualmente é um processo semi-automático. Acho que tendo que resolver problemas nunca enfrentados vou dar um novo passo na minha carreira/desenvolvimento profissional.

Diante disso tomei a decisão de dar um tempo em projetos novos para a Web. Ainda vou continuar me envolvendo com o Drupal e o Drupal Brasil, e dando treinamentos esporadicamente, mas vou concentrar mais esforços nessa nova área.

Apesar desse site/blog se chamar WebPHP ele vai acabar mudando um pouco de assunto. Vou documentar, tanto quanto for possível, do meu processo de aprendizado aqui.

Estou bastante empolgado para esse novo passo na minha vida. Vou gostar dessa área? Vou trabalhar com isso? Só o tempo poderá responder a essas perguntas, mas espero que a resposta a elas seja sim.

Há algum tempo atrás, quando eu ainda era um jovem aprendiz/atendente de suporte ouvi algo que ficou na minha memória até hoje. Quem proferiu a frase foi meu amigo Fernando e isso foi em 2001/2002 quando eu ainda trabalhava na Sede Internet.

Naquela época eu trabalhava como atendente de suporte técnico e ganhava o suficiente para pagar 2/3 mensalidade da faculdade e todo centavo extra era uma preciosidade incalculável.

Um dia, conversando com o Fernando, ele comentou que o quê o motivava não era o dinheiro. Naquela época de vacas mortas (muito mais que magras) eu não conseguia conceber isso. Para mim, naquela época, a maior motivação era o dinheiro. Qualquer dinheiro extra que eu vislumbrasse me motivava a correr atrás de um trabalho.

Passaram-se vários anos e hoje eu acho que compreendo o que o Fernando sentia naquela época e que eu, imaturamente, não conseguia entender.

Mesmo naquela época fazer coisas desafiadoras, inovadoras, revolucionárias me deixava bastante animado, mas se não tivesse dinheiro eu me interessava menos. Hoje em dia vejo que esses valores, para mim, mudaram um pouco. Não estou dizendo que virei um abnegado, que não quero mais dinheiro, mas sim que isso não é mais o que me motiva. Não mais!

Em contra-partida fazer coisas banais e triviais, ainda que por um dinheiro maior do que elas valem, já não me atraem como naquela época. Hoje tenho preferência por pegar projetos que sejam mais desafiadores, mais instigantes do que projetos triviais.

Muito do que tenho estudado hoje são coisas que não estão me dando um único centavo, mas têm me dado um prazer muito grande. Coisas como desenvolvimento de jogos, estudo avançado de Python e Ruby têm me motivado muito mais do que fazer sites. Não que não goste de fazer sites, mas depois de 7 anos fazendo sites poucas coisas são novidades ou desafiadoras. Em sua maioria elas são triviais (algumas vezes trabalhosas, mas ainda assim triviais).

Acho que encontrar a motivação é parte do processo de evolução de um profissional. Sem motivação o trabalho se torna sem graça e cansativo, mas com motivação muita coisa muda. Obviamente que ganhar dinheiro é importante (essencial, eu diria), mas aprendi que isso nem sempre serve de motivação (ao menos, não por muito tempo).

E você, o que te motiva?